quinta-feira, 21 de agosto de 2008

De tanta sede ao pote... engasguei!

Se algum dia fosse escrever uma auto-biografia, acredito que qualquer um notaria que em sua vida foste personagem em diversas histórias que, apesar de estar lá por uma decisão sua, as histórias não são suas... e mesmo assim, dia após dia, seu personagem, "afogando-se" na rotina, clima e cultura organizacional (real, vivênciada, não aquela ideia de clima e cultura organizacional que as empresas "vendem" aos olhos de quem vê), cobranças, prazos e números, por mais que saiba - e as vezes não perceba - que seu ar está acabando, continua a se afogar, entrando de cabeça, na esperança mórbida de talvez aprender a "respirar sob a água" para cada vez mais se tornar um personagem importante na história...

O "mar" corporativo, por conhecer essa necessidade latente de "personagens" buscarem se destacar em meio a multidão, e para isso se sujeitando a aprender - e querer isso - coisas que fogem totalmente de sua natureza, como "respirar sob a água", aproveita a situação, arrisca sua "fauna" na busca de que o "Atlântico ganhe espaço sob o Pacífico", afinal, mesmo que algum "peixe" morra durante a jornada, o mar continua lá - o Mar Morto que o diga -.

E nesse ponto de escrita biográfica nota-se que não passa de um mero personagem, cuja própria história é de ínfima importância diante da história do Mar, que na sua grandiosidade, apenas te levou com a correnteza... e por mais que aqueles que quiseram "aprender a respirar em baixo d'água" e quase se matavam com esse fetiche adquirido buscassem ser melhores que outros, acabavam indo junto com a correnteza tanto com aqueles que subiam a superfície para respirar, quanto os que passavam a vida fazendo somente o necessário para sair boiando.

E numa dessas, de tentar aprender a respirar em baixo d'água ou ir com sede demais ao pote, engasgamos e temos levantar as mãos para o alto para respirar como se nosso "personagem de sua própria história" nos aponta-se uma arma e fossemos obrigados a dizer: OK! EU ME RENDO!

É realmente difícil aceitar que apesar de tudo, apesar de sermos consciente das nossas ações, conscientemente nos fazemos mal, e a recompensa por tentar aprender a respirar em meio aquático é de as vezes precisar de uma intubação endotraqueal e ter que pagar a conta do hospital depois, de forma que seus ganhos acabam perdidos.

É nessas horas, rendidos por nós mesmos, que temos que tomar algumas decisões para que possamos ter "um novo dia para morrer" e tentar fazer a própria história...

Segundo Lama Padma Samten, já conhecido também como Alfredo Aveline, mestre em Física Quântica e em Budismo Tibetano - Nota: as fronteiras que a internet quebra são incríveis né? Claro que conheci ele hoje através do meu amigo Google -:
"Todas as nossas tragédias são tragédias do personagem. Se suas circunstâncias afundarem, você não precisa afundar junto."

Uma coisa é certa, não vale a pena mesmo sacrificar-se por uma causa que não é sua... acredito já ter dito a mesma coisa aqui, a meses atrás em um contexto diferente. Contudo, é necessário sim, apesar desse "termo" ser mais um daqueles que os RHs da vida adoram usar atualmente pois assim como o xadrez, voltou a moda, devemos buscar qualidade de vida, mas não dentro dos padrões "impostos", e sim buscá-la desvinculada do que as organizações por ai acham ou deixam de achar.

É mais que óbvio que tirando alguma pequena parcela da população mundial, todo mundo precisa trabalhar, e mesmo aqueles que não precisam, acabam fazendo algo... a própria bíblia romana diz que "o trabalho dignifica o homem", contudo, devemos NÓS trabalharmos para que sejamos dignificados e não trabalhar para dignificar outrem, em outras palavras, "trabalhar para viver" e não "viver para trabalhar"!

Mas, feliz ou infelizmente, precisamos aprender para melhorar e não cometer os mesmo erros novamente.

Como diria Confúcio:
"Há três métodos para ganhar sabedoria: primeiro, por reflexão, que é o mais nobre; segundo, por imitação, que é o mais fácil; e terceiro, por experiência, que é o mais amargo."

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